POESIAS DISPERSAS
Domingos de Gouveia Rodrigues
Realidade
Virtual
Vozes que ouço, vozes
que não existem mais
Imagens que vejo,
corpos que não existem mais
O cantor já morreu,
mas sua voz ainda está por aqui
O artista já morreu,
mas sua imagem parece real
O filme é uma
realidade técnico-científica
A ciência explica,
explica?
Por que não é uma
impossibilidade?
Como alguém que
viajasse no tempo para matar a si mesmo?
A sombra da árvore
gerada pelo sol a cada novo dia
Nunca é exatamente
igual
Por que podemos
ver/ouvir uma imagem/voz gravada
Milhões de vezes
exatamente iguais?
Um filme é como se
existissem múltiplas vidas exatamente iguais
Será que o filme
capta a alma de quem é filmado?
No limite, é como se
toda a vida na Terra
Pudesse ser filmada e
preservada para sempre
Segundo a segundo,
exatamente igual
Na Natureza e no
Universo nada é igual para sempre
Tudo que nasce
modifica-se a cada milésimo de segundo
Tudo que morre
modifica-se a cada milésimo de segundo
Pode ser que a
própria Existência
Seja uma realidade
virtual
Como um filme de um
filme
Em que o realizador
do Filme Maior
É o próprio Criador
Rio de Janeiro, 12 de
março de 2015.
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